Caso sejam dos que não vão deixar de utilizar as redes sociais nesta altura, vou deixar aqui algumas sequências acompanhadas de aspectos que me parecem bem mais importantes a ter em conta.
Uma delas é a disciplina do nosso discurso. Isso pode ser feito quando publicamos nas redes sociais, mas também em casa, agora que estamos ‘obrigados’ a estar mais tempo em família e já se sabe que isso, por vezes, traz alguns arrufos e exaltações.
Na Bhagavad Gita, no verso 15 do capítulo XVII, Kṛṣṇa indica quatro princípios a serem observados quanto à palavra: “Discurso que não cause agitação, que seja verdadeiro, agradável e benéfico (…)”.
Desde sempre considerei a disciplina da palavra uma das mais importantes disciplinas que qualquer pessoa deve seguir. E no mundo do yoga, muito preocupado em transmitir visões religiosas ou Verdades e discursos de auto-ajuda, muitas vezes esquece-se desta disciplina que tem o nome de Vak tapas.
E considero-a importante, desde logo, porque faz-nos estar constantemente alerta e presentes em cada momento do nosso dia. A vigiar, como alguém há muitos séculos nos aconselhou.
Então, os 4 princípios a serem observados em vak tapas, quanto ao uso da palavra são:
- Anudvegakaram, ahiṁsā ao nível da palavra é o primeiro aspecto; ser atento e cuidadoso na forma de nos expressarmos para que as palavras não magoem ou agridam ninguém. Isso, só por si, exige estar atento para perceber a tendência que haja em nós para a crítica, para a culpabilização e para o falar mal de ou denegrir. Por exemplo, vejo muitos a criticar atitudes de pessoas hoje em dia que não respeitam as directrizes das autoridades, mas lembremos que ninguém estava preparado para o que está a acontecer. O mundo ocidental é um mimado, acha-se, historicamente, superior e que nunca nada lhe vai acontecer. Nem com o holocausto aprendemos, ou aprendemos muito pouco, por isso, não vale a pena criticar ninguém e sim, pensar que cada um faz o melhor que consegue e sabe a cada momento. Não usemos a palavra para disputar, deprimir, envergonhar, criticar, acusar, ferir ou maldizer.
- Satyam, ser verdadeiro. Lembremos que o início de todas as hecatombes no Planeta está, quase sempre, no uso da língua. Ainda que a fala tenha função edificante, normalmente usamo-la para cogitações pequenas e de subterfúgio. As grandes tragédias sociais e individuais nascem da conversação de sentimentos inferiores. Não importa apenas falar, mas verificar o que damos com as nossas palavras. Porque transmitimos estados de alma com as nossas palavras. Se tivermos verdade em nós, o nosso discurso também a terá. Se formos autênticos, as nossas palavras também serão.E se não formos verdadeiros connosco, com os que nos rodeiam e no plano relativo em que nos movemos, também mais dificil será percebermos a Verdade do que somos. Sermos verdadeiros nas palavras que dizemos a nós e aos outros também nos leva a menos agitações na mente.
3. Priyam, o discurso deve ser agradável. “A Lingua também é um fogo” (Tiago, 3:6). O nosso discurso deve ser agradável e amoroso no tom e na expressão. O diálogo é o que nos expõe o mundo íntimo.
4. Hitam, bom e benéfico para o ouvinte. Também na palavra não devemos pensar só no que nos serve a nós, e ao que achamos, mas também tentar perceber se o que vamos dizer é benéfico para quem nos ouve.
Do ásana
Tadasana paschima namaskar é um simples, mas avançado estiramento do ombro e tórax praticado a partir de uma posição em pé. O nome vem do sânscrito, tadasana, ou postura da montanha; paschima, que significa “oeste/ocidente”, referindo-se à parte de trás do corpo; e namaskar, que é uma saudação e termo de respeito.
Como o nome sugere, tadasana paschima namaskar é uma variação de tadasana, mas com as palmas das mãos juntas no centro das costas numa uma posição de prece e respeito.
Porque há simbolismos que nos fazem pensar.
Uma sequência de hatha yoga
Desenhos por Carlos Garrido
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