Yamas e niyamas orientam o indivíduo para uma maior clareza na relação com tudo o que é externo e para uma maior profundidade em tudo o que é interno. Esforços nesta direcção são companhias constantes a todos os outros aspectos da prática e estudo do Yoga, sendo o processo sempre gradual.

Śaucan é a purificação. Mas é mais do que higiene do indivíduo e dos espaços onde circula. É uma atenção ao que será mantido e o que é eternamente limpo. É a percepção de que o que está sujeito a decair é o corpo, o externo; o que não decai é o que somos. A limpeza externa inclui os cuidados com o corpo, a alimentação, os hábitos desaconselhados como o uso de drogas, ou de alimentos tóxicos que gerem comportamentos condicionados e contraproducentes com o que se pratica no Yoga. A limpeza interna inclui uma selecção cuidado dos estímulos que damos à nossa mente, à dieta de pensamentos que alimentamos.

Santosha (contentamento) é a capacidade de estarmos confortáveis com o que temos e com o que não temos. A felicidade que vem com a aquisição de objectos ou experiências é invariavelmente temporária. Esta capacidade de cultivar um estado interior de permanente alegria, independentemente das circunstâncias externas é a chave para a felicidade total. É capacidade de saber viver a sua própria vida, fazendo o melhor que pode com o que tem.

Tapas é a remoção de impurezas físicas ou mentais através de hábitos correctos de sono, actividade, nutrição, trabalho e relaxamento. É conseguir apurar um ponto de eficiência e rigor no nosso quotidiano que nos permita superar os obstáculos quando é preciso exercitando a determinação, força de vontade concentrada, austeridade e um esforço sobre si próprio.

Como diz Kṛṣṇa na Bhagavadgītā: “Uma linguagem que não fira, verídica, amigável e benéfica, o estudo regular das escrituras, tal é o tapas da palavra. A serenidade e clareza de espírito, a doçura, o silêncio, o autodomínio, a total purificação do caráter, tal é o tapas consciente.

Svadhyaya é a capacidade de estudo motivada pela necessidade de rever e avaliar o nosso progresso. Quando desenvolvido ao seu nível mais elevado- um processo que se prolonga por toda vida até aos seus últimos momentos de vida – o estudo apropriado aproxima o indivíduo de uma compreensão do que é mais complexo.

Diz a Viṣṇu Purāṇa, VI:6.2:
“Do estudo deve-se passar ao Yoga.
Do Yoga deve-se passar ao estudo.
Pela perfeição no estudo e no Yoga,
a Consciência Suprema se manifesta.
O estudo é um dos olhos com que vemos o Ser.
O Yoga é o outro”.

Isvarapranidhana é uma reverência a uma inteligência superior ou a aceitação das nossas limitações perante essa inteligência e ordem superior. É nessa reverência que ganhamos confiança para direccionar as nossas mentes para essa inteligência superior em todas as nossas acções e pensamentos. A melhor definição de Īśvara pranidhāṇa está na Bhagavadgītābhavitam bhavati eva: “O que tiver que ser, será”.