Talvez a nossa maior necessidade seja focarmos no perdão. Isto inclui perdoar-se por quaisquer circunstâncias ou situações que pudessem sentir-se incompletas, perdoando os outros sem reservas, e pedindo perdão a outros que se possa ter magoado ou injustiçado, consciente ou inconscientemente. Não há uma única sessão de yogaterapia em que não confirme isto mesmo.

Perdão, kshama em sânscrito, é um dos clássicos yamas, ou orientações do yoga para a vida, que aparece entre a lista de virtudes em muitos textos de yoga, incluindo o Bhagavad Gita, o Hatha Yoga Pradipika, e outros.

Como a tradição do yoga, o perdão é uma prática central em muitas das tradições sagradas do mundo. No Judaísmo, por exemplo, os dez dias entre o Ano Novo e o Dia da Expiação, que acontecem na próxima semana, estão focados na reflexão e em pedir perdão pelos pecados incorridos no último ano.

O perdão é considerado indispensável para promover a paz interior porque guardar rancores e ressentimentos nos impede de sermos felizes e satisfeitos.

Não se trata de minimizar a dor ou negar a dor que podemos ter sentido. Também não se trata de exonerar a pessoa que nos injustiçou de fazer o seu próprio arrependimento. Em vez disso, trata-se de esquecer a amargura e o ressentimento que podemos sentir. Fazemos isto por nós mesmos, porque quando nos agarramos a esses sentimentos, eles tornam-se obstáculos à nossa felicidade, crescimento e evolução.

Martin Luther King, Jr disse:

O perdão não significa ignorar o que foi feito ou colocar um rótulo falso num acto maléfico. Significa, pelo contrário, que o acto maléfico já não é uma barreira à relação.

O Yoga ensina que o perdão dissolve a raiva. Desta forma, traz liberdade. Ao deixarmos de lado a nossa raiva e mágoa, libertamos os rancores e o ressentimento que nos impedem de seguir em frente — quer isso signifique entrar numa nova fase de uma relação, acabar com uma relação que já não nos serve, ou seja, diminuir o apego excessivo à vida eliminando assim uma das maiores causas de sofimento do ser humano, segundo Patanjali.