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O universo não manda sinais

18 de Setembro, 2021

 

O universo dá sinais? Não.

Peço desculpa se ofendo alguma crença, mas o universo não dá sinais a ninguém.

Sim, o Universo tem sinais, inclusive tem um padrão de sinais de rádio repetido cuja origem, descobriu-se recentemente, remonta a uma galáxia a cerca de 500 milhões de anos-luz da Terra. E, por enquanto, só temos evidências científicas da existência de sinais de rádio no universo e não são dirigidos a ninguém em particular.

Por isso, já era tempo de deixarmos cair essa desculpa para justificar o que quer que seja que aconteça na nossa vida. A pessoa não acredita em Deus, não acredita na existência de outros seres inteligentes que possam – em diferentes planos vibracionais da existência influenciar a sua vida e psique – mas depois acredita que o universo manda sinais para alguém e que o universo está interessado nos nossos problemas individuais? Lamento, mas não está.

“Mas então, o universo não me diz, por sinais, qual é o meu propósito de vida?”

Não, o universo não é uma entidade inteligente nem criadora. Sabemos que ele faz e contém coisas inusitadas, mas mandar sinais para cada um de nós não é uma delas. Hoje sabe-se que o universo é composto por energia e matéria escuras e pela energia e matéria que nos compõe.

“Mas e o propósito da minha vida…”

A única coisa que importa dizer é que não interessa qual é a tua profissão, quantos graus académicos tens ou se tens algum, o tamanho da tua conta bancária, se tens família ou não, se te dedicas ao yoga, à jardiangem ou a ser bombeiro. Se há algum propósito na nossa vida é que nos voltemos para os interesses da alma. O nosso aperfeiçoamento moral é tudo o que mais importa (já agora, acho que basta olhar o mundo à nossa volta para percebermos isso). É claro que a nossa caminhada segue e está incluída no que acontece no universo visível e invisível. Ninguém vive realmente sem objetivo existencial. O ser humano suporta qualquer tipo de perda, naturalmente dentro dos seus limites emocionais, não, porém, a perda do objectivo existencial.

Se o indivíduo perde a motivação para o crescimento interno, e a conquista de valores externos, porque se encontra sob recriminação e culpa, incerteza e desinteresse existencial, a sua vida torna-se exaustiva e doentia, porque destituída de ideais e de realizações.

A existência saudável é dinâmica, cheia de acções bem sucedidas e outras menos, que se inter-relacionam num panorama de acertos e de erros, enganos esses que se convertem em aprendizagem para futuras conquistas que nos ajudam a crescer.

A vida sem sentido é uma experiência sem vida. O vir-a-ser dá sentido existencial à vida, promovendo-a e dignificando-a, tornando-a saudável e bela.

Estabelecido, portanto, um roteiro psicoterapêutico valioso ou organizada uma simples proposta de bem-estar pessoal, o vir-a-ser é essencial na estruturação da saúde do indivíduo, que se trabalha motivado pa

O tempo da vivência terrestre pede sempre que lhe demos um sentido útil, que procuremos saber qual é a razão de fazermos o que fazemos e de ser como somos. Senão, para quê passarmos tanto tempo pelas experiências do corpo biológico, de enfrentarmos tantas dificuldades, de superarmos variados embates, sem que tenhamos consciência de sua razão?

Para tudo o que fizer ou deixar de fazer, que haja um sentido claro ou uma ponderável razão.

Não é preciso filosofarmos sobre por que ficamos a dormir até mais tarde ou porque gostamos da cor azul,  mas quando se tratar de acções que terão peso sobre a nossa vida, aí sim, busquemos sempre uma razão para fazê-las.

Procure encontrar e compreender os motivos pelos quais está no mundo, no tempo presente, nas suas circunstâncias, e não viva ao sabor da sorte. E sobretudo, aceite o sofrimento, mas não se apegue a ele. Ninguém nasceu para sofrer nem culpado de coisa alguma. Quando nos fechamos num sofrimento inútil e prolongado, só desperdiçamos oportunidades. É possível quebrar esse ciclo vicioso e viver com mais ânimo, realismo e com a certeza de que podemos conduzir a nossa própria vida. Nós e não o universo.

Quando se sentir impotente e sem fé, pergunte-se o que lhe falta. E vai ver que só lhe falta esperança.

“O futuro bem entendido está no presente bem vivido”

Sugestão de leitura: Man’s search for meaning, Viktor Frankl

 

A prática de lembrar

12 de Setembro, 2021

Meditação

Há alturas em que nos sentimos mais desorientados, mais desconectados, mais ‘aéreos’. Alturas em que temos de lidar com o mundo a mudar à nossa volta, com as mudanças nas nossas vidas externas, mas também com mudanças em nós mesmos. E ainda que saibamos, mais ou menos, confiar nesse processo de mudança, às vezes o stress, ou os diferentes tipos de stress que nos afectam, engolem as partes em nós que mais apreciamos.

Por isso, escrevi esta meditação que quero partilhar convosco para nos ajudar a conectar a uma compreensão mais profunda de nós mesmos.

E as nossas memórias podem muito bem ser um instrumento que nos ajude nessa conexão, em particular, memórias e experiências do passado que despertaram em nós criatividade, alegria, leveza. Quando me conecto a essas qualidades dentro de mim, sinto-me em casa. E são a essas qualidades com as quais eu luto para me conectar quando me sinto sobrecarregada ou ansiosa. Focar nas minhas memórias na minha prática de meditação pode ajudar a deixar cair a narrativa no centro do meu stress e abrir espaço para um conhecimento mais profundo de mim mesma.

Meditação

Convido-te, então, a redescobrires-te através da arte da memória. Tira um momento para contemplar uma qualidade dentro de ti que gostarias de experimentar — uma parte de ti que tenhas esquecido. Pensa numa memória que capture a essência dessa qualidade.

Para começar, senta-tee confortavelmente. Olha para um ponto parado e relaxa os olhos. Podes fechá-los, se quiseres. Traz a atenção para tua respiração. Observa a tua respiração corporal e usa a expiração para liberar qualquer tensão que possas notar no teu rosto, ombros ou abdómen. Quando apanhares a tua mente a vaguear, basta trazê-la de volta à observação da respiração.

Agora foca na memória que escolheste. Vê-ee nesse momento. Pinta um quadro vívido na tua mente. O que vês? O que ouves? O que sentes? Tira alguns minutos para reviver a experiência no teu corpo.

Imagina respirar a memória nos teus pulmões — o cheiro, as cores, os sons. Deixa-te preencher por essa memória.

Como é seres tu mesmo naquele momento? Que aspecto de ti despertou? Observa a tua respiração e observa quaisquer mudanças na tua energia.

Fica com esse sentimento o quanto quiseres.

Quando estiveres pronta/o, lentamente aprofunda a respiração. Solta o queixo na direcção do peito. Se os teus olhos estiverem fechados, abre-os suavemente. Toma o teu tempo voltando para o lugar onde estás.

Podes reflectir sobre a experiência na tua meditação — detalhes sobre a memória que se revelaram para ti; como era revisitar o lugar e tempo escolhidos; ou como a tua memória te ligou de volta a ti mesmo/a.

A memória é uma ferramenta que pode ajudar-nos a ver mais claramente através das lentes das nossas experiências passadas. Incorporar a memória na minha prática de meditação enraiza-me em mim mesmo e lembra-me que estou sempre tornar-me mais quem eu realmente sou. Esse processo de redescoberta inspirou uma compreensão muito mais profunda de mim mesma.

Fazer Yoga ou Ser Yoga?

3 de Junho, 2021

 

 

Yoga é uma vivência que mexe com tudo em nós, nada é deixado para trás. Quando realmente assimilei isto percebi que o yoga poderia ser mais do que uma aula que eu fazia uma ou duas vezes por semana para exercitar o meu corpo e acalmar depois de um dia stressante no trabalho. Devagarinho, fui percebendo que o yoga era uma disciplina holística, um conjunto de práticas que poderiam abordar todo o meu ser e que me dava a possibilidade de crescimento e de uma mudança expansiva e efectiva.

Na altura, eu não sabia o que queria fazer com o meu futuro, mas sabia que procurava (e ainda procuro) algo diferente do estilo de vida corporativo (e mais tarde académico) que muitos dos meus colegas estavam a viver.

Como muitos de nós, fui criada numa cultura onde uma vida significativa era muitas vezes equiparada à realização mundana e à riqueza material. Mas ainda em jovem, longe de saber que havia uma coisa chamada yoga, comecei a questionar essa ideia. Muitas das pessoas que eu conhecia que tinham alcançado o sucesso pareciam longe de estar satisfeitas. Senti que por baixo do seu sucesso externo havia um vazio interno e uma sensação de falta.

Eu tinha lido alguns livros sobre filosofia oriental para saber que essas tradições ensinavam, em primeiro lugar, que a única fonte de contentamento verdadeiro e duradouro está dentro de nós mesmos. Mas foi só quando percebi a extensão do que é essa disciplina prática, filosófica e contemplativa, que entendi que o yoga era um caminho para descobrir a realização que não tinha nada a ver com meu status ou realizações no mundo. Isso impulsionou-me a mergulhar profundamente na prática e ensinamentos da tradição do yoga já lá vão 10 anos. E o que descobri foi como estar comigo mesma e viver no mundo com maior propósito e mais alegria.

Claro, não há absolutamente nada de errado em simplesmente “fazer yoga”. Há enormes benefícios físicos e emocionais a serem obtidos ao aparecer e praticar uma ou duas vezes por semana. Com o tempo, porém, podemos tornarmo-nos mais curiosos sobre como o yoga realmente funciona, por que nos sentimos melhor após a prática e como podemos usar o yoga para nos ajudar a lidar de forma mais eficaz com os desafios nas nossas vidas. Também podemos, como no meu caso, sentir um anseio pela transformação interior e crescimento pessoal que o yoga nos pode oferecer. Acredito que é aqui que entra a filosofia e uma prática reflexiva ou contemplativa — “ser yoga” em vez de apenas “fazer yoga”.

A mudança de “fazer yoga” para “ser yoga” é fundamentada não só no que fazemos. Em última análise, trata-se de fazer um esforço para integrar o que aprendemos na prática no resto de nossas vidas. No meu caso, foi a minha prática de meditação e estudos contemplativos, tanto por minha conta quanto com professores dentro de uma linhagem da tradição oral védica, que expandiram o papel que o yoga desempenhou na minha vida. Com o tempo, com a prática regular de meditação, leitura e reflexão sobre esses ensinamentos, tirando (ou ganhando) tempo para estar em silêncio e na natureza tornou-se parte da minha vida diária, a incerteza que eu sentia sobre o meu futuro foi gradualmente substituída por um senso subjacente de autoaceitação e contentamento. Desde então, passei a confiar nessas práticas para ganhar perspectiva, lembrar a preciosidade da vida e permanecer fiel aos meus valores. Eles deram-me um refúgio em tempos difíceis, expandem a minha capacidade de experimentar alegria, e ajudam-me a processar situações na minha vida através das lentes dos princípios do yoga.

Na sua forma tradicional, o yoga é feito para mudar quem somos como seres humanos, nossa relação com nós mesmos e como aparecemos no mundo. Acredito que, com o tempo, uma prática reflexiva de yoga ajuda-nos a sermos seres humanos mais gentis e benevolentes. Dessa forma, ajuda-nos a experimentar maior felicidade interior e realização, e também contribui para o aperfeiçoamento do nosso mundo.

 

Yoga ajuda-me ainda a cumprir os papéis e responsabilidades da minha vida com maior entusiasmo, clareza e perspectiva. A prática ajuda-me a tomar melhores decisões a ficar centrada quando surgem desafios inesperados e a ser uma presença confiável e solidária para as pessoas na minha vida.

 

No seu prefácio no livro Evolving Your Yoga: Ten Principles for Enlightened Practice, Sophie Trudeau escreveu:

“With body awareness, mental focus, breathing exercises, and some fun (yes, yoga can be laughter-inducing!), yoga is an accessible, adaptable, and transformative practice. It’s possible to live a life with less guilt, less anxiety, and less frustration – leaving space for more self-respect, peace, and self-love.”

Esta tem sido realmente a minha experiência e depois de tantos anos, e com muitas desilusões com o mundo do yoga pelo caminho, ainda me vejo completamente apaixonada e grata pela possibilidade de ter o yoga como uma prática que evolui comigo ao longo da vida ajudando-me a viver e concretizar o meu propósito de vida que, esse sim, vai mais além do yoga. O meio não é o fim.

 

 

À vontade, no momento presente, espaçosa, clara, enraizada, centrada, calma, resolvida.

Estas são algumas das palavras que descrevem a minha experiência de estar alinhada na minha prática de ásana ontem – uma prática focada na parte inferior do corpo com torções e posturas sentadas.

Articular experiências benéficas no yoga fortalece.

Portanto, convido-te a explorar o teu próprio processo de alinhamento:

– Como deixas de te sentir fora de sincronia para sincronizado(a)? Como passas da dispersão para o foco?

– Como descreveria o movimento em direcção à unidade e à integralidade que resulta de juntares as peças e partes de ti numa maior harmonia?

– Que palavras transmitem a experiência de te sentires alinhado no teu corpo e ser?

Para começar, talvez seja útil partilhar um pouco sobre minha a experiência. Para mim, alinhamento é um processo que se move na pulsação.

Por um lado, há um aspecto desconstrutivo: eu sinto onde estou a segurar e onde estou a soltar e relaxar. Eu solto a tensão e suavizo um pouco da dureza que limita e bloqueia. Levei anos neste processo e tenho muitos mais pela frente.

Há, então, uma componente edificante: eu ajusto-me e respondo com um movimento intencional e propositado em direção à integração. Volto e refaço a postura, sinto, e deixo ir um pouco mais.

Como de costume, o alinhamento resulta de uma combinação de esforço e rendição, fazendo e sendo, acção e reflexão.

E, já que me perguntam isso com frequência suficiente, vou acrescentar que raramente esses dois aspectos de se mover em alinhamento se unem para mim. Em vez disso, eles acontecem em sucessão, primeiro um e depois o outro, para frente e para trás. repetidamente.

A experiência da unidade completa? Acontece por vezes. Mas é sempre espectacular como a consciência canta no nosso corpo.

Os verdadeiros presentes, porém, vêm depois. Quando o trabalho da prática se instala e eu vou para o resto do meu dia é quando o valor do alinhamento parece mais tangível, claro e duradouro.

Yoga e Raiva

16 de Fevereiro, 2021

 

Há tantas razões para perder a calma e para nos dar os 5 minutos. A raiva pode ser uma defesa contra o medo. Factores de stress, como trabalho, problemas familiares, problemas financeiros, alcoolismo e depressão, tornam-se sinalizadores. Sentimentos feridos podem causar reações furiosas. Ou, você pode reagir a algo aparentemente trivial — alguém a caminha muito lentamente à sua frente num passeio, quando está cheio de pressa, por exemplo — e isso liga-se a um problema retido no inconsciente.

A raiva é rajasica, uma energia primordial que alimenta a raiva, mas pode ser temperada e usada para o crescimento. O poder da raiva parece monumental e incontrolável, mas uma crescente consciência das conexões com outras pessoas é a chave para o autocontrolo. Todos estamos a trabalhar nisso. Não há ninguém perfeito.

As pessoas tendem a sentir mais raiva em tempos de mudança? Se sim, por quê? E você está achando que os níveis de raiva são particularmente altos para as pessoas que lidam com a pandemia COVID-19?
As nossas memórias de como as coisas eram parecem, hoje, um sonho, e o mundo actual é irreconhecível. Os nossos planos e esperanças estão espalhados como areia ao vento. O futuro que tínhamos imaginado desapareceu, fazendo-nos sentir assustados, enganados, confusos e irritados enquanto lutamos contra um inimigo invisível e implacável. As pandemias têm lógicas muito próprias.

Aqueles que conseguem aceitar que estamos num tempo diferente, um tempo de guerra, são mais capazes de lidar com as consequências. Outros tentam lutar contra isso, e ficam muito zangados. Os casos de abuso infantil e conjugal são bastante altos hoje em dia, por estarmos trancados juntos e usando essa raiva sobre nós mesmos e uns sobre os outros.

Quais são alguns dos problemas causados por sentir frequentemente raiva?
Pessoas que sentem frequentemente raiva perdem o seu bom julgamento e afrouxam as suas conexões com a vida. São pessoas normalmente num estado furioso, irritável e incapaz de participar de relacionamentos profundos, cegos à evanescência do ser. Amor e beleza desaparecem. A ternura é substituída pelo sadismo.

Existem outras emoções, como ressentimento e ciúme, que devemos considerar como formas de raiva e que devem ser abordadas da mesma forma geral?
Ressentimento e ciúme são duas formas diferentes, mas relacionadas de raiva. O ressentimento pode ser um crescimento da raiva. A pessoa A sente que eu deveria pegar isso, e B levou embora. A sente raiva e amargo.O ciúme é um pouco mais complicado porque é uma interação de três pessoas. Digamos que A ama B, e B ama A, até C aparecer e roubar os afetos de B. Agora B e C estão juntos. A está sozinho, magoado, zangado e ciumento.

O ressentimento pode tornar-se caráterológico e causar amargura crónica. A falta de confiança no outro pelo ciúme impede o pleno desenvolvimento das relações. Em ambos os casos, esses sentimentos tornam as conexões difíceis de alcançar e manter. A consciência e aceitação das emoções é o primeiro passo para lidar com elas. Sente-se com elas calmamente, absorva-as e veja que histórias podem surgir. Essas histórias são suas para aceitar e talvez modificar no futuro. Considere mudar o enredo.

Em geral, como o yoga pode ajudar as pessoas que estão sentindo muita raiva e/ou emoções relacionadas?

Yoga aproxima-nos do nosso corpo, sentimentos e mente. Thich Nhat Hanh disse: “Inspirando, eu sei que estou com raiva. Expirando, eu sei que a raiva está em mim”. O primeiro passo é reconhecer e fazer amizade com os seus sentimentos, e então perguntar-se por que e como está com raiva. Saiba que é humano, e a pessoa com quem você está com raiva também é humana. Raiva é a conexão entre vocês.

Quais são algumas práticas específicas de yoga e/ou posturas que recomenda ou sugere para resfriar essas emoções ardentes?
Começa com a respiração básica. Siga o fôlego. Respeire de forma longa, profunda, lenta. Isso ajudará a controlar a energia feroz da raiva e levará ao autoconhecimento.

Existem muitas práticas físicas que são calmantes: Kapalabhati), uma respiração purificadora, que pdoe ajudar a liberar raiva. Posturas mais desafiantes podem ajudar, também, assim como sequências de yoga restaurativa. Uma das minhas posturas favoritas é Supta Baddha Konasana. Para fazer essa pose, deite-se de costas, palmas viradas para cima perto de seu corpo, e traga os calcanhares de seus pés para tocar. Apoie os joelhos com cobertores ou blocos. Feche os olhos, fique quieto e respire.

Existem práticas de yoga e/ou posturas que as pessoas a sentir raiva e/ou emoções relacionadas devem evitar?
Se achar que um estilo particular de prática alimenta a sua raiva evite-a. Ou estilos de alguns professores. Já me aconteceu. Isso, é claro, é uma questão individual. Lembre-se, deixe seu corpo fazer o seu yoga, não force o seu corpo no que é descrito como a postura de yoga ideal. Isso não existe.

Nem expressar nem suprimir a raiva levam a um resultado positivo. Em vez disso, sente no teu corpo e no teu coração o que és, e para onde o teu espírito te leva.

Vamos falar de ansiedade?

9 de Fevereiro, 2021
Ansiedade é o medo esmagador de que algo terrível vai acontecer ou já está a acontecer. Uma pessoa ansiosa sente que mal consegue parar de se desmoronar. A pressão das questões ambientais, como problemas financeiros, relacionamentos, trabalho ou escola, pode fazer com que as pessoas se sintam terrivelmente ansiosas. Trabalho excessivo e burnout são ouytros problemas actuais.

Ansiedade, mudança e Covid-19
A mudança e o diferente deixam as pessoas ansiosas. Gostamos de saber o que acontece a seguir  e agora não sabemos. COVID -19 é um vírus pernicioso que não podemos ver, ouvir, cheirar ou provar. Todo o ambiente se torna ameaçador, e não há muito que se possa fazer sobre isso. É um mal invisível, como um filme de terror. Mas não temos d ever as coisas assim, não é?

Sintomas específicos da ansiedade

Muitas pessoas experimentam hipervigilância, inquietação, suores, a incapacidade de concentração, pensamentos velozes ou em loop, pensamentos indesejados ou fadiga. Muitas pessoas hoje, no meio dessa pandemia, reclamam de como estão cansadas. Claro, estamos cansados. estamos sob ataque contínuo. Estamos com medo de morrer.

Como é que o yoga pode ajudar
Yoga ensina-lhe a conhecer o seu corpo, a estar dentro dele e a observar como você se sente. Aprende a prestar atenção na sua respiração. Ou, você pode encontrar-se desconectado e amarrado num turbilhão de pensamentos desagradáveis e o yoga ajuda a enraizar-se, a ter uma base segura.  Ou, sente seu corpo em tensão e aprende a relaxar cada parte do corpo e o seu corpo solta-se.

Especificamente, que práticas de yoga podem ajudar

Primeiro encontre o seu lugar. Sinta os seus pés no chão, o seu corpo no espaço. Comece a observar a sua respiração, e lentamente serene-a.  Observe os seus sentidos, um por um. Pergunte a si mesmo o que você vê, o que você ouve, sente, cheira, etc.
Yoga nidra, ou sono do yoga, pode ser calmante. Foi por isso que abrimos aulas especificamente de yoga nidra nesta fase (online).

Além disso, há uma série de técnicas de yoga restaurativas que liberam a energia limite no seu corpo. Se você se encontra assustado de manhã quando acorda, ou com medo quando vai dormir, tente yoga nidra. Escreva-me e posso facultar-lhe algumas práticas.

Há alguma prática de yoga que as pessoas com ansiedade devem evitar?
Muitas vezes as pessoas me perguntam se deveriam começar uma prática de meditação. Meditação é calmante, mas começar uma prática por conta própria, especialmente quando se sente ansioso, é uma má ideia. Pode fazer-se sentir pior. Procure um professor que a oriente relamente e não use um formato para tudo.

 

Recebi mais uma questão sobre a prática….

“Sinto que sou incapaz de levar minha coluna inferior – área lombar e sacro para dentro do corpo em Adho Mukha Svanasana. É impossível fazer isso em posturas de flexão à frente, como Paschimottanasana. Mesmo quando uso altura sob os glúteos. Além disso, sinto que tenho uma inclinação pélvica posterior e talvez isso torne ainda mais difícil. Poderias dar-me algumas dicas para corrigir esse problema?

Este é uma questão comum e que vejo muito, assim como ter uma inclinação pélvica posterior é bastante frequente.

É excelente usar altura sob os glúteo, mas se não sentiu diferença então eu sugeriria usar ainda mais altura e mover os ísqueos  para os lados e para trás.

Outro ponto é que muitas vezes os alunos descem os calcanhares em Adho Mukha Svanasana prematuramente.

Em Adho Mukha Svanasana dobre os joelhos, levante os calcanhares e levante os ísqueos até o tecto para colocar o sacro ‘para dentro’ do corpo. Espero que isso lhe dê algum acesso a uma inclinação pélvica mais anterior.

 

EN

“I feel like I am unable to take my lower spine – lumbar and sacrum area into the body in Adho Mukha Svanasana, it’s impossible to take into the body in forward bends like Paschimottanasana. Even when I use height under my buttocks. Also, I feel I have a posterior pelvic tilt and maybe that makes it even harder. Could you please give me some tips to correct this issue?”

This is a common feeling for students to experience. So too is having a posterior pelvic tilt.

I am glad to hear you attempted height under the buttocks in the sitting postures, if you did not feel a difference then I would suggest more height and taking the time to move the sit bones wide apart, and back.

Often students descend the heels in Adho Mukha Svanasana prematurely.

In Adho Mukha Svanasana bend your knees, lift your heels and raise the sitting bones up to the ceiling to get the sacrum into the body. You can also attempt this with your hands on the chair to get more access to the spine.

I hope this gives you some access to a more anterior pelvic tilt.

 

Meus queridos isquiotibiais

10 de Novembro, 2020

 

Podes sugerir algumas posturas que trabalhem isquiotibiais duros.Nas flexões à frente acabo por dobrar os joelhos e não trabalho as rótulas dos joelhos?

Precisamos trabalhar estes músculos na nossa prática diariamente para ver resultados e, mesmo assim, podemos ir ao tapete e sentir que eles estão tão apertados como sempre.

P.ex, para mim, sei que há uns dias por mês em que os meus músculos e articulações têm uma rigidez adicional, e sim, também sinto os isquiotibiais nesses dias.

Seja atencioso(a) com o que mais pode estar a ocorrer no seu corpo e tome cuidado para não exagerar o alongamento quando o seu corpo precisa é de descansar.

Ainda assim, a prática diária de asanas que alongam os isquiotibiais incluem … mas não se limitam a:

  • Adho Mukha Svanasana
  • Uttanasana/Ardha Uttanasana
  • Parsvotanasna

A questão é: como praticas esses ásanas? Usa um suporte para que possas esticar totalmente os joelhos (sem fazer hiperextensão”. Não tentes fazer essas posturas como o Iyengar faz no livro LOY.

Em vez disso

FAZ Adho mukha svanasana com as mãos numa cadeira.
FAZ Parsvotanasana com as mãos na parede ou numa cadeira
FAZ Uttanasana com as mãos nas canelas e costas concavas ou mãos na parede

Usa os suporte necessários para que possas esticar totalmente os joelhos (sem hiperextensão) e a coluna.

E aqui tens uma prática para trabalhares os músculos isquiotibiais.

Antes mesmo de irmos ao tapete, os nossos pensamentos são muitas vezes algo como…
“Tenho que praticar”,
“O meu corpo é tão duro que devo praticar o meu yoga” ou
“Se eu não praticar, nunca melhorarei”
Esse tipo de pensamento soa como um pai a tentar obrigar uma criança a fazer os trabalhos de casa ou  a limpar o seu quarto.
Onde está o benefício, a recompensa e a motivação?
Hoje partilho uma maneira simples e eficaz de nos motivarmos para praticar que vai atender às necessidades profundas e ajudar a vermos o momento da nossa pr]atica com outros olhos.
Primeiro tenho uma confissão para fazer. Eu disse algo nesse sentido para mim mesma muitas vezes. “Eu tenho que praticar” seguido por um som de chicote.
Remova o ‘tem que’ da frase e substitua-o por ‘querer’ e já estará alguns centímetros mais perto de ir ao tapete.

Mas ainda não acabei!

Aqui está a minha estratégia de 2 partes para ajudá-lo a identificar por que quer praticar, entender como a prática pode atender a uma necessidade profunda e instantaneamente sentir-se motivado a praticar.
1. Como se sente depois da prática? Liste como se sente depois de praticar. Acho que pode ter algumas das seguintes palavras na sua lista. Relaxado, energizado, equilibrado, fisicamente forte, mentalmente claro, ágil etc.
2. Cada um dos sentimentos está ligado directamente à necessidade que cada um tem. Deixe-me explicar. Se  se sente relaxado depois do yoga é porque tem a necessidade de relaxar. Se se sente forte no seu corpo, isso é porque tem uma necessidade de conectividade muscular no seu corpo.
Quando nos conectamos ao porquê de praticarmos yoga, o que esperamos ganhar com isso (os benefícios) e como nos sentimos depois de praticar é muito mais fácil estender o tapete e praticar em vez de nos chicotear-mos com ‘temos de’ e ‘devemos’
Disciplina não precisa ser uma palavra dura, encontre a sua disciplina através de um profundo desejo de bem-estar.