Quem lamenta, ainda não quer solução.
Sabemos como é desafiador ajudar (ou ajudarmo-nos) quem ainda não está desejoso ou pronto para assumir responsabilidades e decisões transformadoras.
Muitas pessoas  só querem “entender” o seu problema.
Esta postura assemelha-se à do prisioneiro que se torna expert em explicar as barras da cela da prisão e o que o levou até ali, e com a chave na porta não a vira para se libertar. Continua sofrendo, com uma bela explicação. Porque esta chave chama-se decisão e responsabilização por si mesmo.
Para ter solução e libertação é preciso não só compreender, mas estar disposto a pagar o preço que a solução custa.
Muitas vezes este preço é a solidão, a individuação, a renúncia, o sacrifício de algo, o desapego, a aceitação, a perda das expectativas, a compaixão, o reconhecimento de um amor, a despedida dos pais, o “adultecer” e tantos outros movimentos que custam perder a inocência infantil (que se esconde por detrás do vitimismo) e desenvolver a responsabilização pessoal, movendo-se do entendimento para a decisão e desta para a atitude libertadora.
Só os adultos assumem responsabilidades e tomam decisões. As crianças queixam-se e lamentam-se, prisioneiras de si mesmas,das circunstâncias e das decisões dos outros.
Os adultos que decidem tornar-se autores da sua própria história ressignificam a vida, desenvolvem resiliência e constroem novas realidades que trazem paz.